QUEM SAI AOS SEUS...

Passamos aos nossos filhos aquilo que somos.
Antero dos Santos, director do jornal Notícias do Mar, onde nos últimos 30 anos tantos textos meus já foram publicados, passou ao seu filho Pedro o gosto pela pesca, pela aventura, pela natureza. E os nossos filhos seguem-nos as pisadas, porque são sangue do nosso sangue, e porque têm em nós os seus modelos. Com o Pedro não poderia ser muito diferente.

Aquilo que vos trago aqui hoje é algo de muito bom, alguém que faz da pesca selectiva a sua ocupação de lazer.
Esqueçam as minhocas e os peixinhos pequeninos, esqueçam o “pica-pica”, porque isso são “artes menores”, quando comparadas com aquilo que o jigging pode dar na costa portuguesa.
Entendam isto como o levantamento do véu daquilo que é a pesca feita por meia dúzia de pessoas que sabe muito bem o que está a fazer, e quando o deve fazer.
O jigging, enquanto pesca dirigida aos troféus, permite deixar de lado tudo o que é miudezas, peixes juvenis, e o natural “by-catch” que outros estilos de pesca promovem.
Falamos de grandes!




Há dias tentei explicar no blog, sem muito sucesso diga-se, que quem pesca com minhocas deve preparar-se para pescar aquilo que come minhocas.
Não terei conseguido convencer o meu interlocutor. Tenho a certeza de que continua a pensar da mesma forma, a acreditar que com minhocas é que faz sentido. E eu respeito a posição. 
Ocorre-me que talvez com imagens possa explicar que há outras formas de fazer pesca que não passam por recorrer aos desgraçados vermes.
Há quem acredite que não, que não é bem assim, que as minhocas têm um grande potencial.
Por outras palavras mais eruditas, e como diria o grande Albert Einstein:




Quando pescamos com as inenarráveis minhocas, alimento de peixes pequenos, juvenis em processo de criação, estamos a dizer a nós próprios que não queremos pescar os peixes do Pedro. Não há muitas formas de dizer isto de forma diferente, é assim e ponto final. Sem anestesia.
A opção é sempre nossa. Quando decidimos pelos equipamentos que compramos, quando escolhemos as técnicas com que pescamos, estamos a fazer uma escolha.
Há pessoas que se divertem muito a pescar sarguinhos pequeninos, e outras que prescindem desse objectivo curto porque têm outros bem mais altos.




Os peixes do Pedro não comem minhocas. Por isso, e pese embora eu tenha a certeza de que a grande maioria de quem as adquire tenha no fundo do seu coração uma secreta esperança de conseguir com os seus anelídeos peixes destes aqui apresentados, a verdade é que não, não os vai conseguir.
Estes pargos comem os peixes que comem as minhocas. Isso sim. 
Dificilmente alguém poderá um dia apresentar troféus deste nível, …pescando com as iscas que interessam a peixes juvenis.




O Pedro tem muitas fotos destas, apresento-vos apenas algumas, para que fiquem com uma ideia de que é possível ser feliz pescando apenas um ou dois peixes por dia. 
São filosofias de pesca diferentes, não serão nem melhores nem piores que outras. Apenas diferentes.
O Pedro pesca com... jigs metálicos.



Vítor Ganchinho



4 Comentários

  1. Boas ,são uma belas imagens sem dúvida , fazer esses peixes não esta ao alcance de todos , seja pela dificuldade , seja pela técnica , seja pelo material ,seja pela falta de barco , seja pelo custo elevado das saídas ...e tbm para conseguir esses capatoes tbm nos obriga a rumar a outras paragens ,rumo a sul e rumo a outras águas ali ja ao lado bem como rumar as nossas ilhas...uma modalidade que esta em crescimento e que ano após ano mais malta a esta a praticar em locais acessíveis ,a atacar parguetes,robalos , um ou outro pargo ja com nome ,uns liriozinhos e uns badejos...mas continua a ser uma pesca para resistentes e teimosos pelo menos por aqui ... Mais a sul a brincadeira ja é outra ,mas como em quase tudo também precisamos ter os amigos certos..

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    1. Como em tudo na vida, só faz quem tem condições para isso. Pois se alguém não tem cana de jigging, ...não faz jigging. Se não pode pagar a gasolina para ir aos sítios onde há peixe, não vai.
      A pesca é uma actividade cara. E cada vez mais cara.

      Para pescar não é necessário ter material caro, mas é preciso ter material. Pelo menos uma cana e um carreto, dá jeito alguma linha e um anzol.
      Para pescar pargos troféus a jigging, já é preciso ter algo mais.
      Se as pessoas têm, ...podem pescar.

      O resto é algo que se aprende a fazer. Eu saí hoje e ensinei pessoas a pescar e no fim tinham a caixa cheia. Nunca tinham pescado!

      Abraço
      Vitor


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    2. Eu sou dos teimosos que vai sempre que deixa , 80 % das pescas são com amostras os outros 20 sao a chumbadinha só com caranguejo , umas sardinhas, cavalas e uns buxo de polvo ,não uso minhocas ,salvo umas pescas de boia noctura e que resultam uns robalos e uns sargos de boa bitola ... estou disponível mais uns amigos a desenvolver a técnica do slow aguardamos os seus workshops e saidas .. nao precisamos de marcas e até os telemóveis podem ficar confiscados .. somos dos que não tem medo de zeradas ,nao temos medo de explorar e de gastar gasolina ,somos autodidatas porque gostamos de pescar .abraço

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    3. Boa tarde!

      Vamos deixar chegar os primeiros temporais de Setembro/ Outubro, para voltar afazer os workshops. Neste momento está muita gente de férias e resulta inglório ter de repetir assuntos que interessam, mas aos quais muita gente não vai poder assistir, por estar fora.
      O mês de Agosto passa depressa. Neste momento vale a pena procurar os robalos porque estão nos sítios do costume, a fazer aquilo que é costume.
      Já chegaram amostras Daiwa Switch Hitter à GO Fishing, embora ainda não estejam na loja on-line. De momento, os robalos e os pargos são aquilo que vale a pena.

      Andam orcas ao largo de Sines, estive com elas há uns 10 dias.

      Abraço
      Vitor

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